Iluminismo a razão em busca da liberdade
O período histórico conhecido por Iluminismo, caracteriza-se pela importâncias dos pensadores e filósofos iluministas enquanto influenciadores do pensamento e da ação como Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, Kant, bem como pelas as repercussões políticas, económicas, sociais e culturais e pelo reconhecimento do impacto da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e os novos valores de “liberdade”, de “igualdade” e de “fraternidade”.
Figura 1 - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, publicada em 26 de agosto de 1789
Conforme descrito no site Wikipedia e referindo a obra “O que é o Iluminismo?” (KANT, 1784), “iluminismo é a saída do homem da sua menoridade de que ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal menoridade é por culpa própria, se a sua causa não residir na carência de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo, sem a guia de outrem” Este movimento intelectual e filosófico que dominou o mundo das ideias na Europa durante o século XVIII, rejeitava as ideias medievais e desejava clarificar, “iluminar” a sociedade europeia que segundo estes se encontrava nas “trevas”, principalmente por causa de crenças religiosas. Neste sentido, acredita-se no período iluminista que um pensamento racional deveria substituir as obsessões religiosas, o misticismo e o absolutismo, valorizando a liberdade igualdade e fraternidade como ainda hoje consta na constituição Francesa, consequência de uma revolução inspirada nos ideais do Iluminismo e motivada pela situação de crise que a França vivia no final do século XVIII. Assim entende-se que foi um movimento intelectual e filosófico ocorrido no século XVIII na Europa, motivado pelo desenvolvimento intelectual que ocorria desde o Renascimento e que deu origem a ideais de liberdade política e económica.
Figura 2 – Immanuel Kant, 1724-1804
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Este movimento filosófico e intelectual que despontou na Europa e que ocorria desde o Renascimento dando origem a ideais de liberdade política e económica, conforme referido é sustentado por três pilares:
• A racionalidade na explicação das acções, em relação ao momento político da época, a explicação racional sobre a natureza das coisas, a filosofia e sua história
• A liberdade na defesa de um homem livre o que proporcionaria progresso e isso traria ao indivíduo e sua consciência.
• O Desenvolvimento intelectual e científico, atendendo a muitos dos pensadores filósofos e matemáticos da época. Este desenvolvimento essencial para a sociedade também a par do progresso da ciência e do pensamento racional.
Neste sentido identificam-se as características do iluminismo nos seguintes contextos da época:
> ECONOMIA
Em termo económicos, estes pensadores defendiam que o estado deveria praticar o liberalismo. Ao invés de intervir na economia, o estado deveria deixar que o mercado se regulasse a si próprio. Essas ideias foram expostas, principalmente, por Adam Smith.
> RELIGIÃO
Em termos religiosos, a maioria dos pensadores iluministas, defendia a limitação dos privilégios do clero e da igreja, bem como o uso da ciência para questionar as doutrinas religiosas. Havia aqueles que compreendiam o poder da religião na formação do ser humano, e defendiam a separação de poderes: Religião e o Estado. Ainda havia quem, a par dos seus ideais iluministas, defendesse o fim da igreja como instituição e a fé deveria ser uma escolha individual.
>POLÍTICA E SOCIEDADE
Em oposição ao absolutismo, à monarquia, os iluministas afirmavam que o poder do rei deveria ser limitado por um conselho ou uma Constituição, veja-se o caso Francês. O escritor Montesquieu(1689-1755), por exemplo, defendia um modelo de Estado onde o governo estaria dividido em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário
Figura 3 – Revolução Francesa (1789).
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, publicada em 26 de agosto de 1789, universalizando os direitos sociais e a liberdade individual foi uma das consequências diretas da revolução francesa inspirada pelos ideais iluministas. Dessa forma, o documento defendia a liberdade e igualdade dos homens perante a lei.
Como surgiu o Iluminismo
Após anos do poder da Igreja Católica, com base no Renascimento cultural, científico e artístico em oposição ao conhecimento e educação do clero, que não chegava ao povo, confundindo-se e misturando-se com o absolutismo das monarquias europeias, foi a partir do século XVI que foi surgindo uma corrente Iluminista, a “Luz” e a “Razão” com base em pensadores que se apoiavam na ciência e na razão. Por este motivo, constituía afronta à igreja católica por colocar em causa a sua doutrina e o seu conhecimento envolto em mistérios e cuja racionalidade estaria em causa
Uma das imagens icónicas, o cientista Galileu Galilei sendo interrogado pela Inquisição da Igreja Católica, representa um lado importante do movimento iluminista. De facto, em 1633, ele foi detido pela Igreja por defender a ideia de que a Terra girava em torno do Sol. Ou seja, Galileu Galilei contrariava os dogmas religiosos e tradicionais por meio da ciência.
Figura 5 – Galileu julgado pela Santa Inquisição, Cristiano Banti (1824–1904)
Para os renascentistas, a razão e a ciência eram as bases para a compreensão do mundo, mas para o Iluminismo, Deus está na natureza e no homem, podendo ser descoberto pela razão. Assim sendo, a Igreja não exerceria o papel fundamental para a salvação da alma.
No século XVII, com nomes como René Descartes (1596-1650) e Isaac Newton (1643- 1727), motores de uma Revolução Científica, afasta cada vez mais o conhecimento da Igreja. Já no Século XVIII, a difusão morosa dos ideais iluministas de valorização da razão e da liberdade acabou por divulgar os novos ideais filosóficos liberais centrados no indivíduo, ganhando terreno em toda a Europa e em especial em França onde Luis XIV, rei da França, um dos maiores representantes da monarquia absolutista, foi contrariado pelos ideais Iluministas que afirmavam que o poder do rei deveria ser limitado. As referências históricas, políticas e culturais nestes anos do reinado de Luís XIV remetem para o desenvolvimento da filosofia das Luzes (Iluminismo), para a divulgação do conhecimento científico como por exemplo a «Enciclopédia» de conhecimento de Diderot e D’Alembert, e para os conflitos religiosos no seio do Cristianismo.
Figura 5 - Enciclopédia
Enciclopédia, ou dicionário racional das ciências, artes e profissões, foi uma das primeiras enciclopédias que alguma vez existiram, tendo sido publicada na França no século XVIII. Os últimos volumes foram publicados em 1772.
Em Portugal Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo) empreendeu um movimento de reformas com o intuito de levar Portugal a ser um país que absorvesse os ideais iluministas. Marquês de Pombal apontava para a expulsão dos jesuítas dos domínios portugueses, o que marcou uma postura laica e propensa à abertura da ideologia iluminista.
PRINCIPAIS PENSADORES
Entre muitas figuras que se destacam neste movimento pelos vários países da Europa, alguns deixaram marcas, ficam aqui alguma referencias com base na pesquisa efectuada no site ebiografia.com e que se cita abaixo
MONTESQUIEU Montesquieu (1689-1755) foi um dos mais importantes filósofos e pensadores do iluminismo Francês. Considerado um dos criadores da “Filosofia da História”, sendo sua maior contribuição teórica, a separação dos poderes estatais, sistematizados em três tipos: executivo, legislativo e judiciário. Foi um crítico do absolutismo e do catolicismo, defensor da democracia, sendo sua obra mais destacada “O Espirito das Leis”, publicada em publicação em 1748, um tratado de teoria política, no qual aponta para a divisão dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário). Criticou ainda as autoridades políticas e religiosas, atitude muito comum no pensamento iluminista da época.
JOHN LOCKE
John Locke (1632-1704) foi filósofo inglês, um dos mais importantes filósofos do empirismo. Como representante do individualismo liberal, defendeu a monarquia constitucional e representativa, que foi a forma de governo estabelecida na Inglaterra, depois da Revolução de 1688. Locke defendia a liberdade intelectual e a tolerância. Foi precursor de muitas ideias liberais, que só floresceram durante o iluminismo francês no século XVII. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Afirmava que, para assegurar um Estado de direito, os representantes do povo deviam promulgar as leis e o rei ou o governo executá-las.
VOLTAIRE
Voltaire (1694-1778) foi um destacado filósofo, historiador e pensador do Iluminismo francês, além de ter desenvolvido trabalhos como dramaturgo, poeta e ensaísta. Voltaire defendia a ideia de uma monarquia centralizada, cujo monarca deveria ser culto e assessorado por filósofos. Foi um crítico severo das instituições religiosas, bem como dos hábitos feudais que ainda vigoravam na Europa. Afirmava que apenas aqueles dotados de razão e liberdade poderiam conhecer as vontades e desígnios divinos. Todos os que se disseram filhos de deuses foram os pais da impostura. Serviram-se da mentira para ensinar verdades, eram indignos de a ensinar, não eram filósofos, eram, quando muito, mentirosos cheios de prudência.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo social, teórico político e escritor suíço. Foi considerado um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo. Suas ideias influenciaram a Revolução Francesa. Jean-Jacques Rousseau viveu em uma época em que o absolutismo dominava toda a Europa e diversos movimentos buscavam uma renovação cultural. O Iluminismo – nome dado ao movimento composto por intelectuais que condenavam as estruturas de privilégios, absolutistas e colonialistas e defendiam a reorganização da sociedade.
IMMANUEL KANT
Immanuel Kant (1724-1804) foi um filósofo alemão, que deixa a pergunta “O que é o Iluminismo?” Procurou determinar os limites da razão humana. A Marca deixada no seu país e na Europa em busca da Racionalidade do ser humano.
Uma época de grande expansão do conhecimento filosófico e científico, contribuindo para reformas e revoluções estruturais na Europa e na sua organização, entre o poder político e a igreja e organização económica, mostrando também como a ciência mostrar a “LUZ” e a “RAZÃO” usando e partilhando conhecimento, métodos marcando uma transformação social, política e económica. Após o Renascimento, com base em toda a informação existente naquela altura, esta partilha de pensamento eleva o homem de uma forma individual e valorizar-se sem que seja orientado ou ”manipulado” por outro, mostrando o que fez e qual foi a sua importância deixando um herança importante no pensamento na intelectualidade e nas formas como ainda hoje estamos organizados nas sociedades europeias com especial enfoque na sua expressão máxima, em França com a Revolução Francesa