História das Artes | O Cristianismo

 

O Cristianismo 




Diversidade cultural


 

1.      Introdução

O facto de haver outras religiões Cristãs, foi uma das descobertas relacionadas com esta pesquisa que me deixou surpreso.

As diferentes culturas influenciaram a forma de ver o cristianismo, entre uns rituais pagãos e os atos religiosos das várias correntes de cristianismo.

Afinal de contas já passaram 2000 anos sobre um acontecimento que marcou a humanidade – o nascimento de Jesus - e como este facto é reconhecido pelos diferentes povos onde a fé cristã foi, numa primeira fase, perseguida e depois perseguidora dos infiéis.

Outro aspeto que me deixa curioso é a representação da igreja católica pelo papa francisco e porque este é diferente de todos os outros.

2.    O Cristianismo

O Cristianismo surgiu na Palestina, a partir do século I, dominados pelos Romanos, o povo hebreu que aí habitava acreditava que um Messias ou Salvador, prometido pelos profetas, havia de chegar um dia para os salvar.

É neste contexto que, na cidade de Belém, na Palestina, no tempo do imperador Augusto, nasceu Jesus Cristo, filho de José e Maria.

Mapa da antiga Palestina



1.1.      O Nascimento de Jesus

Sobre a vida de Jesus sabemos, praticamente, apenas o que nos dizem os Evangelhos, livros escritos por volta de 70 d.C. pelos seguidores de Jesus e que, posteriormente, foram agrupados com outros textos no chamado Novo Testamento – Livros que constituem a Bíblia.

Ao completar trinta anos, Jesus teria percorrido a Judeia, pregando a sua mensagem religiosa. Anunciou ser o Messias prometido pelos profetas, o filho de Deus tornado homem. A maioria dos judeus não o reconheceu como tal. Durante três anos, Jesus fez a sua pregação, acompanhado pelos seus doze discípulos, os apóstolos, mostrando às pessoas o caminho a seguir para alcançar o Reino de Deus.

1.2.    A vida de Jesus

Sendo um incómodo para as autoridades judaicas, por se considerar Filho de Deus, Jesus foi preso e entregue ao governador romano (Pôncio Pilatos) o mandou crucificar. Foi crucificado no monte Calvário e ao 3º dia, ressuscita e aparece entre seus apóstolos.

 


Jesus e seus apóstolos

1.3.     A Mensagem de Cristo

A mensagem cristã está expressa nos Evangelhos do Novo Testamento, que foram escritos por São Mateus, São Lucas, São Marcos e São João. Como principais pontos da mensagem cristã, podemos salientar:

•     A crença num único Deus, que se fez Homem para salvar a Humanidade, e nos seus ensinamentos;

•     A esperança na salvação na vida eterna;

•     O amor ao próximo, incluindo os inimigos (virtude da caridade);

•     A igualdade entre todos os homens, rico ou pobres, puros ou pecadores;

•     A justiça e a paz entre os homens;

•     A tolerância e o perdão para os arrependidos;

•     A separação entre as coisas espirituais e as temporais ou mundanas (“Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”).

1.4.    O reconhecimento do Cristianismo

A partir do ano 313, as autoridades romanas deixaram de perseguir os cristãos. Com efeito, como o número de Cristãos era cada vez maior, procuraram tirar partido da força da nova religião. Assim, nesse ano, o imperador Constantino concebeu, através do Edicto de Milão, a liberdade de culto aos Cristãos. A partir de então, os Cristãos passaram a poder reunir-se, sem receio, nos seus lugares de culto.

A influência do Cristianismo não deixou de crescer, sendo cada vez maior o número de fiéis. Por isso, no ano de 380, o imperador Teodósio reconheceu o Cristianismo como religião oficial do Estado. Pouco depois, proibiu os cultos dos deuses pagãos, promovendo a organização da Igreja Católica, que construiu sua hierarquia tendo como modelo a estrutura administrativa do império.



Expansão do Cristianismo no Império Romano

3.     O Cristianismo Católico

A principal denominação religiosa cristã é a Igreja Católica que corresponde à maior comunidade cristã mundial.

      As doutrinas principais do catolicismo são: há um único Deus que subsiste em três pessoas, a Trindade Santíssima, existem céu e inferno, vida após a morte e o purgatório com diferentes estágios, determinando o destino dos fiéis com base em seus atos e obras em vida, com consequências no juízo final, designando-lhes a salvação ou a perdição eternamente.

     A missa é seu culto principal, crê na transubstanciação (transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo), com ordem litúrgica reafirmada por meio de 7 sacramentos que simbolizam a comunhão do fiel com a divindade: batismo, confirmação (crisma), eucaristia (santa ceia) ou comunhão, confissão de pecados, ordenação de sacerdotes (ordem), casamento (matrimônio) e extrema-unção.

     Estrutura da Igreja Católica: uma estrutura hierárquica rígida comandada pelo Supremo Pontífice, o Papa, ao qual se subordinam os cardeais, arcebispos, bispos, padres e toda a comunidade católica. Sua sede (Sé) central fica no Vaticano (Roma) e as igrejas que a compõem são paróquias, dioceses e arquidioceses, submissas à administração central e aos ensinamentos do Vaticano.

A mensagem do Cristianismo é uma mensagem universal. Prometendo a salvação de todos os homens de boa vontade, o Cristianismo não distingue ricos, pobres, sábios, todos os povos, independentemente da sua raça e tradições

3.1.     Origem do Cristianismo Católico

Suas origens remontam ao início do cristianismo (século 1), com o nascimento de Jesus Cristo. Logo após a ressurreição de Jesus, os discípulos, convictos da sua crença, começaram a pregar a nova religião. Seus seguidores transformaram-se em apóstolos, isto é, os enviados de Jesus.

De início, o Cristianismo expandiu-se na Palestina, entre os judeus, e depois por todas as regiões do Império Romano. Os apóstolos continuaram a pregação da sua doutrina e a fé na ressurreição, espalhando o evangelho (que significa boa nova) para todo o mundo. São Pedro, o primeiro dos apóstolos, fixou-se em Roma; São Paulo viajou pela Grécia, Itália e Ásia Menor; São Tiago, após ter evangelizado os Hebreus, julga-se que esteve na Península Ibérica.



Distancia entre a palestina e Roma

3.2.   Expansão do Cristianismo

Na sua expansão, o Cristianismo beneficiou de condições favoráveis relacionadas com a expansão do império Romano:

·         Unidade política do Império, que possuía uma ampla rede de comunicações (estradas, rios, Mediterrâneo);

·         Descrença da religião romana (a religião oficial já não propiciava aos romanos paz de espírito e foram, portanto, procurar certezas e tranquilidades em outras religiões, rompendo com as tradições romanas. O cristianismo era uma das opções e atraiu muita gente, dando esperanças);

·         Superioridade dos princípios cristãos, que condenavam a escravidão e prometiam a vida eterna a todos os crentes;

·         A língua Oficial do Império, o Latim facilitou a difusão da mensagem.

3.3.   Os ramos do Cristianismo e o Catolicismo

A Igreja após Constantino entrou numa era de expansão, conseguindo interditar o paganismo e passando ela própria a perseguir, de certo modo, os pagãos.

O Cristianismo tendia a tornar-se num fator de coesão e unidade do Império em desagregação, pelo que as divisões no seio da religião oficial, patentes nas lutas entre a ortodoxia e as heresias (heterodoxia), não poderiam ser toleradas pela tutela imperial.

Estas influências com as culturas de outros povos, abalou a unidade da Igreja romano-cristã, minada também pela divisão no Império Romano entre o Oriente e o Ocidente, com duas "capitais", Constantinopla e Roma, respetivamente.




Divisão do Império Romano

Roma, gozava da sua antiguidade e estatuto imperial, apesar de empobrecida, insegura e ameaçada constantemente, além de crescentemente anárquica. Graças ao Cristianismo, a queda do império foi adiada, mas não por muito tempo, já que aquela se deu em 476.

A Igreja Romano-Cristã não desapareceu, consolidou-se e expandiu-se, não apenas na cristianização dos povos germânicos que pulverizaram o antigo império como também através da expansão do monaquismo no Ocidente. O Império do Oriente prosseguiu a sua marcha de vida, mantendo o respeito por Roma e pela tradição.

Dois movimentos históricos foram a causa primária dos vários ramos do cristianismo hoje existentes.

·         O primeiro foi o denominado "Grande Cisma" entre o Oriente e o Ocidente, em geral datado de 1054, apesar de os debates entre a cristandade grega e a latina se terem iniciado séculos antes dessa data.

·         O segundo foi a mudança verificada no século XVI, conhecida, em geral, por Reforma, cuja herança foi o protestantismo – outro ramo da religião cristã - movimento reformista cristão culminado no início do século XVI por Martinho Lutero. (Ver Descoberta da Imprensa e Tradução da Biblia)















Ramificação do Cristianismo

3.4.   O Grande Cisma

Na história da Igreja cristã, o Grande Cisma é uma expressão que se refere simultaneamente à rutura das relações entre as Igrejas cristãs do Oriente e do Ocidente datada de 1054.

Esta distanciação entre as duas Igrejas cristãs, no Grande Cisma, tem raízes culturais e políticas muito profundas, cultivadas ao longo de séculos. Enquanto a cultura ocidental se foi paulatinamente transformando pela influência de povos como os Germanos, o Oriente permaneceu desde sempre ligado à tradição da cristandade helenística. Era a chamada Igreja de tradição e rito grego.

4.    Difusão da religião Católica Romana

A Igreja desempenhara um papel extremamente importante junto das populações.  O Cristianismo iniciava um papel unificador da Europa Ocidental, levando a cidade de Roma um lugar privilegiado no que respeita à missionação.

A figura do Papa procurou impor-se como Chefe da Cristandade. O papado encontrou diversas dificuldades tal como a divisão da Igreja em Igreja Ortodoxa e Igreja Católica.

O Papa Gregório VII afirmou que apenas o Papa, em nome de Cristo, tinha um poder absoluto e universal, estando este acima dos príncipes e que podia demitir quem não respeitasse os direitos de Deus e da Igreja

No séc. XIII, o Papa Inocêncio III ordenou que todas as igrejas nacionais estavam submetidas à Santa Sé. Iniciou a centralização romana com o desenvolvimento da administração eclesiástica .

Diversos fatores aliados ao crescimento da influência do papado, originou a afirmação da Cristandade ocidental, tanto perante império Bizantino no como perante o mundo Muçulmano.





Império Bizantino

Até à Idade Média (sec V – XV), as Cruzadas deram aos Cristãos uma razão acrescida para a união, no combate contra os “inimigos da fé”.

Na Idade Moderna (sec XV – XVIII), a religião predominante era a da igreja católica romana que não dava espaço para outras religiões. Além do papel religioso na sociedade, a igreja tinha grande influência política sobre muitos países, que na época tinham formato de monarquia.

França, Inglaterra, Itália e muitas outras monarquias tinham que levar em consideração a opinião do papa e por consequência a da igreja. As práticas da igreja católica, como missas serem ministradas de costas para o público e em latim ou as indulgências (vendiam-se, por altos preços, “terrenos no paraíso” - quem era rico, poderia comprá-las e ter espaço garantido, para si e seus familiares, no céu) eram comuns naquela época. Até que começou a acontecer o movimento de reforma religiosa.

4.1.    O papel dos descobrimentos

A Era dos Descobrimentos foi um período de ouro da História da Humanidade, nos séculos XV e XVI, entre 1415 e 1543, protagonizada particularmente pelos Portugueses, secundados pelos Espanhóis, e em que o Cristianismo foi levado aos 4 cantos da Terra.

O que motivou esta expansão da Civilização e da Fé Católica a todo o Planeta foi, paralelamente ao génio e coragem de valorosos Navegadores, a Fé de bravos e intrépidos homens que quiseram Testemunhar Cristo, levando a Fé Católica a outros Povos.

O Cristianismo estava confinado dentro dos estreitos limites da Europa. Em traços largos, a única coisa que motivava o contacto com o exterior da Europa, era o comércio, que se encontrava nas mãos das Repúblicas de Veneza e Génova e dos intermediários do Médio Oriente, em Constantinopla.

Para além da Europa, existia um mundo pagão, com o qual não havia contacto, a não ser para obter lucros no comércio de especiarias, tecidos, ouro e prata, marfim e muitos outros bens de consumo.

Toda a Era dos Descobrimentos Portugueses foi norteada e imbuída do Espírito Missionário e de Expansão da Fé Católica, e confirmada pela implantação dos Padrões Portugueses, marcos de pedra com as Armas Portuguesas (As 5 Quinas e a Cruz de Cristo) e uma inscrição, destinados a afirmar a soberania portuguesa no local onde eram implantados.

Sendo o papel dos Missionários, não o de conquistar terras, mas, o de conquistar almas, a sua Missão muitas das vezes não ficou escrita nos anais da história dos homens, mas certamente ficou escrito no Livro da Vida, do qual um dia todos tomaremos conhecimento. Aí, sim, veremos as coisas através dos olhos de Deus, e tomaremos conhecimento da Verdade profunda da História Humana, e dos feitos grandiosos das Missões levadas a cabo por centenas de Missionários incógnitos que ajudaram na Evangelização do mundo.

Muita da Evangelização que se fez em África ficou um pouco no anonimato, ou pelo menos, um pouco escondida do conhecimento generalizado e encoberta por uma certa névoa. África foi considerada mais como lugar de passagem, e só começa a ser mais fortemente palco das Missões Católicas no século XVI.

5.    A Igreja actual

A Igreja Católica Atual, liderada atualmente pelo Papa Francisco, abriu a igreja a vários temas da sociedade do sec XXI, entre eles:

·        Ele propõe a aceitação dos divorciados e dos homossexuais – embora não reconheça o casamento gay.

·        O pontífice também manteve a posição da Igreja contra o aborto, afirmando que "de modo nenhum se pode afirmar como um direito sobre o próprio corpo a possibilidade de tomar decisões sobre esta vida que é fim em si mesma e nunca poderá ser objeto de domínio doutro ser humano".

·         Sobre eutanásia e o suicídio assistido, o papa afirmou que "são graves ameaças para as famílias".

Na atualidade, com a sociedade da informação também não foi esquecida, consegui encontrar uma noticia sobre a abertura de uma conta do Histagram.

Será que a revolução do Papa Francisco é imparável? Os obstáculos são muitos, mas há uma revolução em marcha, que, mesmo que venha a ter retrocessos, será difícil de ser travada nas suas intuições mais importantes.

É verdade que talvez a elevada fasquia colocada pelas circunstâncias de uma Igreja e de um mundo em crise condene o pontificado a não satisfazer toda a gente, tais foram as expectativas criadas.

Mas Francisco já mostrou que entende esses problemas e insiste naquilo que, para ele, continua a ser essencial: a busca de Deus, as relações interpessoais baseadas no acolhimento e na justiça, a liberdade do Evangelho.

Aa ideia de revolução da ternura que ele já propôs, o desprendimento da atitude, o papel do discernimento, o cuidado da Criação, o carácter insubstituível do diálogo, a prioridade do combate à pobreza ou a reabilitação da política para se sobrepor à ditadura da estatística e do dinheiro

 


5.1.    Problemas resultantes da relação com outras religiões

A religião católica, predominante nos estados da europa ocidental, onde predomina a liberdade religiosa, torna complexa a relação desta quando analisada sob os olhares de outros estados e de outras crenças religiosas.

A Liberdade religiosa é considerada como a primeira das liberdades, entre outros motivos porque age como uma pedra de toque de todo o sistema de direitos e liberdades de uma nação. É uma experiência generalizada: se esta liberdade não está garantida, nenhuma outra será respeitada.

Vários acontecimentos mundiais ressuscitaram a inquietante pergunta acerca da relação entre violência, guerras e religiões. Seriam elas fator de paz ou contribuiriam para agravar tensões e conflitos, com um componente explosivo, pois falam em nome de Deus e desencadeiam conflitos pelo mesmo motivo.

Na Irlanda do Norte, por exemplo, em que distritos de maioria católica desejam separar-se dos outros de maioria protestante e juntar-se à República da Irlanda, vem sendo descrito como uma guerra entre “protestantes e católicos”.




rlanda - divisão entre condados Católicos e Protestantes

Nos sangrentos conflitos na ex-Jugoslávia, e na “limpeza étnica” ali praticada uns contra os outros, com o objectivo de criar territórios etnicamente homogêneos, os sérvios eram, sem mais, identificados como “ortodoxos”; os croatas, como “católicos”; os kosovares e a maioria dos bósnios, como “muçulmanos”.




Composição da população da ex-Juguslávia

Na Indonésia, de modo particular, no Timor Leste, as lutas pela independência da ex-colônia portuguesa apareciam como confronto entre “muçulmanos” e “católicos”.

Estes e outros exemplos, tornam complexa a relação entre a igreja / religião e os estados ou países cuja predominância religiosa sejam outra, não tolerante desta liberdade e respeito religioso, acima de tudo entre cristãos católicos, ortodoxos, protestantes e entre estes e muçulmanos ou outras religiões

6.    Conclusão

Existem muitas formas de encarar a religião cristã, mas estou certo que todas elas estão fortemente ligadas aos diferentes povos e diferentes culturas que estiveram sobre uma pesada influencia histórica entre povos dominantes e dominados, desde o império Romano, Bizantino, aos movimentos e migrações como os Descobrimentos, a um certo desenvolvimento da ciência, uma vez que a educação e a formação na antiguidade estava ligada à religião e nomeadamente à religião católica.

Nos dias de hoje a religião também se torna um foco de violência pela intolerância e desrespeito das diferentes crenças no mundo cada vez mais globalizado e massificado

Por fim identifiquei neste trabalho, a figura de um papa, diferente de todos os outros, de uma origem não europeia, rompendo com questões que marcam alguma estagnação da igreja católica face ao mundo atual.

7.    Fontes de informação

7.1. Internet:

·         Infoescola.com

·         Wikipedia.com

·         Cristojovem.com

·         Infopedia.pt

·         latinoamericana.org

·         Público.pt

7.2.                   Bibliografia

 

·         Trechos do documento do papa Francisco sobre a família

 ·         "Papa Francisco. A Revolução Imparável", António Marujo, Joaquim Franco, Manuscrito editora – 2017

 ·         Biblia, Novo testamento